Baco Exu do Blues acabou de lançar “Esú”, o melhor disco de RAP do ano, e você precisa conferir!

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2017 tem nos presenteado com lançamentos sensacionais no RAP, os quais destaco “Auto Sabotagem”, da Karol Kolombiana com o Eduardo Taddeo, e o Disco Galanga Livre, do Rincon Sapiência, que, aliás, estava no meu TOP#1 de melhor lançamento do ano. Até o lançamento do Disco “Esú” do sensacional Baco Exu do Blues, no dia 04 de setembro. O álbum Esú é composto por 10 faixas e com produção musical feita na Cremenow Studio, por TAS. A faixa Intro tem os scratches feitos por KL Jay, DJ do Racionais MC’s, e Scooby Maurício faz os beats. Nas outras faixas, a base ficou por conta de Nansy Silvvz. O disco é impressionante, desde a capa (e que capa), até os beats e rimas marcantes.

A linda, mas polêmica, capa não tem intenção de atacar o cristianismo, como alguns já estão dizendo; mas sim de mostrar que as religiões africanas ou de matriz africana resistem a colonização, resistem ao tempo e à intolerância religiosa. E também há a demonstração de que o artista se identifica muito mais com o orixá Esú e com a religião de seus ancestrais, do que com a outra forçada a ele; como uma exaltação a resistência.

Nas músicas, Baco se identifica como “metade homem, metade Deus, e os dois têm medo de mim”. E o que nos diferencia de Deus? Do que Deus tem medo e onde está a força humana? Ele também fala sobre empoderamento do povo preto, “felicidade é um padrão te chamar de feio, e você se acha lindo”, assim como sobre o período da escravidão africana e como isso afeta os pretos hoje. O disco trata de assuntos como depressão, vícios, sexo, luxúria e sincretismo religioso, de forma coerente e filosófica; além de incitar o ódio revolucionário.

Mesmo com todo o respeito que ele demonstra a Esú, e aos outros deuses que cita, Baco coloca o homem como o criador de deuses, um deus por equivalência. “Por que você fala tanto de Deus? É porque eu sou um, mano”.

De todos os lançamentos incríveis do ano, esse é o meu preferido (até agora, porque né… ainda tem três meses aí, e antes de Esú eu estava apostando que nenhum disco ia superar o Galanga Livre).

Confere esse som, essa obra de arte maravilhosa, no link abaixo. Já salva na playlist do Spotify, e ajuda a fortalecer a cena!

https://www.youtube.com/watch?v=kQyVx8iMtlM&list=PLEBT36dqW0GIDdmX1LjTYkXByD0ggwbEy&index=1

 

 

Hypolita Prince

"Nerd" por acaso, e ainda não satisfeita com a denominação. Escrevo sobre feminismo, e outros assuntos que me interessem. Não os desenvolvo tanto quanto gostaria, mas é por preguiça de organizar as ideias nos textos.

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