Olá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Uma das críticas que mais ouço sobre mim é que não sou uma pessoa muito empática. Confesso que já me questionei sobre isso e a conclusão que cheguei foi que eu sou muito racional e simplista para as coisas de um modo geral, mas isso não quer dizer, necessariamente, que eu não me importe com amigos e familiares. Em minha defesa, digo apenas que tenho um jeito “peculiar” de demonstrar meu carinho.
Dito isso, poucas coisas, realmente me abalam, ou seja, chamam a minha atenção ou me deixam incomodado. A execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, é um exemplo do que me abala de verta forma.
Como morador do Rio de Janeiro há 36 anos, sei muito bem como foi e como vem sendo administrado, tanto o estado quanto o município, do Rio de janeiro. Não é nenhuma novidade que hoje o a “Cidade Maravilhosa” esta falida, literalmente, e caso você se questione como chegamos a esse ponto é só lembrar que temos ex-governadores e a cúpula da ALERJ presa.
Acho engraçado quando, amigos de outros estados comentam sobre a violência aqui no Rio porque todas as notícias falam de “guerra”, tiroteio etc., mas eu sempre ressalto que tanto Rio quanto São Paulo tem muita exposição na mídia e lembro que há cidades no Nordeste que são muito mais violentas.
A grande verdade sobre a “Violência no Rio de Janeiro” é que ela ocorre todos os dias, por anos, no local onde o Estado sempre foi omisso. Aqui, no Rio de Janeiro, só há violência de fato quando ela chega na Zona Sul, principalmente Ipanema, Leblon e Jardim Botânico, locais onde esta concentrada os ricos.
Eu, que sou morador de Copacabana, não enxergo essa violência toda, porque aqui não vejo tanque e militares armados nas ruas, nunca vi para ser bem sincero, mas isso não quer dizer que eu estou alheio do que realmente acontece e, principalmente, onde violência, de fato, está instaurada.
Voltando a execução da Marielle, o caso é muito semelhante ao que aconteceu com a juíza Patrícia Acioli, em 2011, que também estava envolvida em investigações sobre a conduta policial.
A execução da Marielle, para ser sincero, me deixou muito incomodado, me senti agredido, uma afronta a minha pessoa como morador do Rio de Janeiro. Isso se deve porque é muito explícito o que se passa na “Cidade Maravilhosa”, ou seja, uma cidade, falida, sem governo, sucateada, abandonada e que quando alguém quer de fato fazer alguma mudança é executada.
Estamos em uma intervenção militar, não vou entrar na questão que essa intervenção foi feita mais com um carácter político do que de fato de segurança. Essa intervenção é um retrato do nosso país, ou seja, um governo que não tem condições de administrar as coisas, políticos que estão preocupados em salvar suas peles, políticos que nunca se importaram com a população e quando eu digo população, me refiro as pessoas que moram nas periferias, nas favelas, que convivem com a violência diária, diferente do maconheiro de Ipanema que fica no Posto 9.
Não sei se é uma questão de experiência de vida, mas as coisas são jogadas em nossas caras de uma maneira que só falta a etiqueta “Idiota” colada em nossas testas. E os políticos não podem fugir do discurso: “Isso é um absurdo”; “Vamos fazer o possível para solucionar o caso o quanto antes.” etc.
Eu evito falar de política, mas o “nosso querido presidente”, Michael Temer, apostou na intervenção para, quem saber aumentar a sua popularidade e tentar uma releição. A execução da Marielle bem como a de Anderson colocará em cheque essa intervenção, feita com intuito político. A única solução é investigar o caso e encontrar os culpados, o problema é que nós sabemos quem são os culpados. Como bem disse o Capitão Nascimento em Tropa de Elite 2: O Inimigo e outro: “O sistema é foda”.
Enfim, como esta escrito no título da postagem, isso aqui é apenas um desabafo.
Abraços
