Analisando arquétipos: Persona – Parte 1

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Fala aê!

Depois de “algum tempinho” sem escrever, estou de volta e desta vez para falar um pouco mais dos arquétipos, afinal de contas, pus na minha cabeça cheia de teias que terminaria este assunto e que falaria dos cinco arquétipos e assim o farei, mesmo que numa velocidade pior que a do Straczynski. Bom, depois três textos maciços de pura sombra, hoje trataremos de outro aspecto dos arquétipos que é a Persona.

mascaras

O termo persona era aplicado ao ofício do ator de representar, utilizando uma máscara que tinha uma pequena abertura na altura da boca, que fazia com que “pelo som” (“per sona”, sacou?)  sua voz atingisse alcances maiores, para que o máximo de pessoas pudesse ouvir o que os atores diziam. Pode paracer chata, mas esta introdução é importante para que se entenda a dinâmica e o conceito do arquétipo persona, que representa a máscara que utilizamos para lidar com a sociedade. Essas máscaras gregas não só ajudavam os atores a serem ouvidos em um raio maior de distância, elas também escondiam os atores em meio a peça, naquele momento, o ator não era mais o ator, mas sim o personagem encenado.

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Todos desempenhamos diferentes papéis de acordo com o grupo social em que estamos (família, trabalho, escola, blog…) e lidamos com cada um desses grupos de maneiras diferentes. Como exemplo, podemos citar algum comediante que é super engraçado na frente das câmeras e que por trás delas se torna um cara arrogante (claro que essas coisas não acontecem aqui no Brasil). Esses papéis também mudam de acordo com o tempo (por exemplo, no trabalho onde você recebe uma promoção, ou no blog onde o leitor se torna autor de textos, ou mesmo em casa onde ontem a criança chata hoje é um adolescente chato e amanhã se tornará um adulto chato na mesma casa), a maneira como desempenhamos esses “papéis” (ou “máscaras”, ou ainda “personas”) é que poderá responder em parte o que somos, como exemplo, temos o desenho do Máscara (mas dele falaremos melhor depois).

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O interessante é que o arquétipo da persona está ligado de maneira complementar ao arquétipo da sombra, pois, se o arquétipo da sombra representa tudo aquilo que escondemos das outras pessoas (como já exaustivamente vimos nos posts relacionados), o arquétipo da persona representa tudo aquilo que queremos mostrar, tudo aquilo que afirmamos ser, ou aparentamos ser para os outros.

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Um erro muito comum é atribuir à persona personalidade (como se a maneira como nos apresentamos num grupo estivesse cheia de um comportamento rígido), quando na verdade, a persona é que faz parte da nossa personalidade (nossas máscaras estarão impregnadas de algo só nosso), claro que isso nos casos “saudáveis”, não estou levando em consideração os casos que fogem as normas (isso é para outro momento). Para Jung a personalidade é formada por vários sistemas sendo a Persona uma delas. Como exemplo, temos o desenho do Ben-10, com seus vários extraterrestres que Ben utiliza de acordo com o momento.

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A Persona por ser arquétipo é constituída de símbolos, Freud e Jung se diferenciavam neste conceito, pois para Freud o símbolo tem suas representações mais limitadas (tipo o morcego pro Bruce antes do Batman), enquanto que para Jung, o símbolo é infindável em suas representações pois ele expressa aquilo que percebemos de algo (tipo o morcego pro Bruce depois do Batman, entendeu?), por isso que eu disse que lá no parágrafo anterior que a persona faz parte da personalidade, pois é o símbolo que fica à serviço do sujeito.

Bom, vamos terminar por aqui hoje e continuaremos na semana que vem, a idéia será trabalhar um pouco este arquétipo nas várias mídias principalmente nos quadrinho e mostrar as consequências positivas e negativas dele.

Panter-O

Redator dos Iluminerds, antenado em quadrinhos e Psicologia. Esta será a minha melhor versão de mim, rsrsrs.

Este post tem 7 comentários

  1. JJota

    o arquétipo da persona representa tudo aquilo que queremos mostrar, tudo aquilo que afirmamos ser, ou aparentamos ser para os outros.

    Parte mais interessante.

  2. Stalin devia ter matado mais

    “arquetipos” “jung”. Guilherme Cunha vai aparecer por aqui?

  3. Rodrigo Sava

    A partir dessa leitura, as desventuras do personagem Máscara seriam uma metáfora para uma suposta liber(t)ação do hospedeiro, Ebony?

  4. Luciana Oliveira

    Destaco “Para Jung a personalidade é formada por vários sistemas sendo a Persona uma delas. Como exemplo, temos o desenho do Ben-10, com seus vários extraterrestres que Ben utiliza de acordo com o momento.”

    Lembrei de Fernando Pessoa com o desdobramento do “eu”, a multiplicação de identidades que assinavam seus poemas – uma máscara para cada fingimento (eu lírico). Seus Heterônimos: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

    Vou ler a continuação. Parabéns pela abordagem.

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